sexta-feira, 28 de março de 2008

Dificuldade em conseguir o primeiro emprego é a realidade dos recém-formados em moda


Bruna Amorim
A dificuldade em conseguir o primeiro emprego é o que mais desanima os estudantes; uma realidade que, atualmente, atinge todas as profissões. Quando se opta por uma carreira profissional, desenvolvem-se expectativas e, não apenas em se destacar, mas antes disso, de conseguir ingressar no mercado de trabalho. Apesar de ser uma dificuldade em todas as áreas, o estudante de moda encontra-se em desvantagem. As oportunidades de estágio e, conseqüentemente, as experiências, são raras no Rio de Janeiro. Os recém-formados buscam soluções para essa realidade.

No Brasil
Priscila Gonçalves, formada em dezembro do ano passado pela faculdade SENAI-CETIQT, Rio de Janeiro, afirma que a moda, no Brasil, ainda é muito nova e, o que existiam, eram fábricas de tecidos que buscavam inspirações no exterior. As pessoas que realizam esses trabalhos não são formadas em moda, mas sim, adquiriram a experiência em costura.

Estágio
“A experiência, na área de moda, vale mais do que a formação. As grandes marcas que estão crescendo no Brasil optam por pessoas que já tenham experiência no ramo da costura, e não que tenham a formação universitária”, afirma Priscila. Ainda de acordo com a formada, na tentativa de estágio em duas marcas no Rio, perdeu para uma estudante de administração que tinha conhecimentos de costura.

Alternativas
Apesar da dificuldade, o que Priscila buscou foi cursos e nesse ano irá para Milão fazer um de extensão em moda. “Foi uma solução que eu encontrei. Estudei quatro anos e a parte teórica já tenho. Comecei a trabalhar em loja, desde que formei, para adquirir contatos, mas não se chega muito longe assim. Consegui juntar dinheiro, e vou buscar mais para o meu currículo: passar um ano fazendo um curso em Milão”, e conclui afirmando que, atualmente, estudar no exterior não é um diferencial em moda, mas sim, ter dinheiro para conseguir colocar os planos em ação e adquirir contatos.

Alternativas
Os estudantes buscam alternativas para driblar essa dificuldade. Alguns se juntam e criam sua própria marca, pois está se abrindo espaço para isso. Mas a concorrência é forte, e muitas vezes, a falta de experiência acaba influenciando. É o que afirma RO, ex-estudante de moda que não quis de identificar. Segundo ela, os estágios que fez durante a faculdade ajudaram muito, mas não conseguiu sua efetivação. Com isso, juntou três amigas com o intuito de criar seu próprio negócio.

Mercado de trabalho
“Foi na realidade uma fantasia. Não baste ter a capacidade criativa e o saber organizacional que aprendemos na faculdade. No mercado, a concorrência é forte e a marca que criamos durou, apenas, meio ano. Tive capital para investir, mas se não tem um plano, não há como vencer a grande concorrência”.

Destaque
Apesar de ainda estar crescendo, a moda no Brasil já se destaca. Como exemplo, os estudantes sempre citam a loja Osklen, que lança tendências e, dificilmente, copia roupas ou cortes. A marca está no mundo todo e faz sucesso. Uma outra tendência brasileira, são os biquínis, outra característica muito invejada no exterior.

Experiência
Conseguir o primeiro emprego é difícil, mas muitas marcas estão abrindo seus espaços para os estagiários. O recém-formado já consegue experiência e, com isso, não desanima na hora de correr atrás de sua vida profissional quando se forma. Uma dica que Priscila Gonçalves dá é que se comece a estagiar cedo e dêem preferência à experiência. “Não só para conseguir um emprego, a experiência é a continuação da faculdade. É importante saber colocar na prática o que se aprendeu na faculdade e saber que a dificuldade em conseguir o primeiro emprego é uma realidade para todos. O importante é não desanimar”, conclui.

2 comentários:

Realidade e Arte disse...

Realmente a vida de um aluno formado é difícil, mas o importante é não desistir dos seus objetivos.

grupo EM OFF disse...

Como assim essa gatinha não tem emprego, até eu criaria uma agência de moda só pra contratá-la, primeira oportunidade sou completamente a favor.